Proterra desenvolve ônibus elétrico com autonomia de 415 quilômetros
Hoje, em média, os ônibus elétricos conseguem circular por até 300 quilômetros
ADAMO BAZANI
Que os ônibus elétricos trazem vantagens ambientais ao não emitirem nenhum poluente na operação e menos poluentes em todo o ciclo de geração de energia parece ser consenso. Por serem mais silenciosos, não terem quase nenhum tranco nas arrancadas e não necessitarem de trocas de marchas também agradam mais aos passageiros com maior conforto.
Mas algumas questões ainda podem trazer dúvidas quanto aos ônibus elétricos puros, aqueles que dependem apenas da energia armazenada na bateria. Além do custo inicial de compra, que pode ser até 40% maior que um ônibus a diesel, está a autonomia com a recarga completa.
Hoje, a carga numa bateria pode fazer com que um ônibus elétrico circule entre 250 quilômetros e 300 quilômetros, dependendo de fatores como lotação, tipo de operação e até mesmo porte do ônibus.
Seria suficiente para uma operação urbana, mas, se por alguma eventualidade o ônibus tivesse de andar mais, haveria incertezas por parte do operador, seja público ou privado.
A empresa de inovação Proterra diz, no entanto, que está prestes a dar uma solução para que este temor fique no passado.
Já está em fase de testes um ônibus elétrico que com uma carga completa pode ter autonomia de 258 milhas, em torno de 415 quilômetros.
O segredo para isso, de acordo com a empresa, está no peso do veículo.
Com mais partes de fibra de carbono em vez de lataria convencional e baterias mais leves, o ônibus, de acordo com a Proterra, consome menos energia. A capacidade das baterias é semelhante de outros ônibus elétricos com peso maior.
Além disso, o veículo pode receber cargas rápidas ao longo da operação, para ampliar a autonomia, que demoram cerca de dez minutos para a conclusão.
Outra solução, segundo a Proterra é a distribuição mais uniforme do peso, permitindo acelerações e manobras mais suaves, fáceis e eficientes.
O emprego de materiais mais leves pode, futuramente, também aumentar o desempenho e tornar mais barato um ônibus de maior porte, como articulados e até biarticulados.
Por exemplo, um articulado mais leve pode ter quantidade semelhante de baterias que um convencional elétrico mais pesado, só que registrar a mesma autonomia.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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